Goiabeira, Planta Medicinal auxilia na diarreia aguda e enterite

Goiabeira, Planta Medicinal auxilia na diarreia aguda e enterite

A goiabeira e uma arvore pequena, frutífera, bastante esgalhada, alcançando até 7m de altura, com ramos tortuosos e casca lisa. As folhas são opostas, oblongas, subcoriáceas e aromáticas. Apresenta flores pequenas, claras, solitárias ou reunidas em grupos de duas ou três.

O fruto e do tipo baga, no formato oval ou redondo, com polpa doce, sementes pequenas e bem duras.

Curiosidades

A goiabeira é nativa da América do Sul e cultivada em todos os países de clima tropical.

Na medicina tradicional Asteca, praticada no Mexico, e comum o uso da infusão preparada com as folhas novas da goiabeira para desordens intestinais. As propriedades medicinais das folhas dessa arvore estão descritas detalhadamente em muitas fontes históricas vegetais mexicanas dos últimos 500 anos.

O que comumente se considera como sendo o “olho da goiabeira” é o broto foliar semidesenvolvido, ou seja, as folhas que crescem nas pontas dos galhos, tratando-se do conjunto das duas maiores, ainda não endurecidas, juntamente com as pequenas que formam a ponta.

Indicações de uso da goiabeira

Segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitário o uso do extrato aquoso por infusão, preparado a partir do broto foliar da goiabeira, é indicado para o tratamento oral de diarreia aguda não infeciosa e enterite provocada pelo rotavírus.

O uso do broto foliar da goiabeira, em casos de diarreia, como recurso complementar, tem por base o seu significativo uso tradicional registrado e os estudos de toxicidade e validação em literatura cientificam.

As folhas novas da goiabeira contêm taninos, óleo essencial e flavonoides, dentre estes, a quercetina e a guajaverina, aos quais e atribuída a propriedade antibacteriana contra bactérias, como Staphylococcus, Shigella, Salmonella, Bacillus, Escherichia coli, Clostridium, Pseudomonas, e ainda contra o rotavírus.

Preparo da infusão do broto foliar da goiabeira

Depositar 15 a 20 brotos foliares frescos, recém-colhidos e picados da goiabeira, em recipiente de louça, vidro ou inox, juntar 1 litro de água fervente, misturar bem e abafar por 10 minutos.

Filtrar em filtro de papel e depositar em vasilhame de vidro com tampa plástica, envolto externamente com papel alumínio, mantendo-o sob refrigeração durante o decorrer do dia.

Uso adulto (oral): Tomar a medida de 1 copo americano (cerca de 150mL) de 2 a 3 vezes ao dia.

Observações importantes

Nao se esquecer de que utilizará uma planta medicinal para benefício à sua saúde, portanto, colha aquela que se encontra em um local longe de esgoto, fossa, depósito de lixo e estacionamento de veículos, bem como não tenha sido pulverizada com agrotóxicos.

Não é recomendável o uso do infuso do broto foliar da goiabeira durante a gestação, amamentação e em crianças menores de 12 anos e não se deve exceder a dose recomendada ou a duração do tratamento.

O tratamento com esse tipo de infusão não substitui a consulta e orientação médica.

Ficha da planta

Nomes populares: goiabeira vermelha, araçá das almas, araçá goiaba, araçá Guaçu, araçá guaiaba, aracu Guaçu, goiaba comum, goiaba maca, goiaba pera, goiaba, guaiava, Guaíba e guava.

Nome científico: Psidium guajava L.

Familia: Myrtaceae.

Parte usada: broto foliar “olho da goiabeira”

Referencias

  1. BRASIL.  Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento fitoterápico: Farmacopeia Brasileira. Brasília, DF: ANVISA, 2016. 115p.
  2. GERMOSEN-ROBINEAU L., GERONIMO M., AMPARO C. Encuesta TRAMIL. 2 ed. Santo Domingo, Rep. Dominicana: Enda-caribe, 2005.
  3. GUTIERREZ, R. M. P.; MITCHELL, S.; SOLIS, R. V. Psidium guajava: A review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal of Ethnopharmacology, v.117, p.1-27, 2008.
  4. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exoticas.2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
  5. LOZOYA, X.; MORALES, H. R.; SOTO, M. A. C.; GARCIA, M. C. M.; GONZALEZ, Y. S.; DOUBOVA, S. V. Intestinal anti-spasmodic effect of a phytodrug of Psidium guajava folia in the treatment of acute diarrheic disease. Journal of ethnopharmacology, v.83, p. 19-24, 2002.
  6. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 3 ed. Fortaleza: UFC, 2007.
  7. SHRUTHIL, S. D.; ROSHAN, A.; TIMILSINA, S. S.; SUNITA, S. A Review On The Medicinal Plant Psidium Guajava Linn. (Myrtaceae). Journal of drug delivery therapeutics, v.3 (2), p. 162-168, 2013.
  8. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. v. 4. Geneva, Switzerland: World Health Organization, 2009.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile